The Lady of Shalott é um poema vitoriano escrito por Alfred Tennyson e
inspirado nas lendas arthurianas. Narra a história de uma dama obrigada a
ver o mundo através
dos reflexos de um espelho e a viver em insciência da realidade.
A Senhora de Shalott
Parte 1
Estendem-se
em cada margem do rio
Longos
campos de cevada e centeio,
Que
cobrem o ermo e unem-se ao céu;
E corre
uma estrada pelo pastio
Em
direção às torres de Camelot;
Para
cima e para baixo pessoas andam,
Apreciando
lírios que desabrocham
Lá embaixo numa ilha que revoltam,
A ilha
de Shalott.
Salgueiros
envelhecem, Álamos estremecem,
Leves
brisas arrepiam e escurecem
Pelas
correntes que não cessam
Junto as águas,
a ilha cercam
Fluindo
até Camelot.
Quatro
cinzentos muros e torres,
Negligenciam
um espaço de flores,
E a ilha
silenciosa é
cárcere
Da
Senhora de Shalott.
Pela
margem, de salgueiros velada
Passam
pesadas barcas arrastadas
Por
lentos cavalos; e depreciada
A
chalupa de vela delicada
Segue
seu percurso até Camelot.
Mas quem
a viu acenar?
Ou
parada no limiar?
Ou dela
ouvira-se falar,
A
senhora de Shalott?
Apenas
ceifeiros, ceifando na madrugada
Por
entre a selvagem plantação de cevada,
Escutam
a música que ecoa aclamada
Irrompida
do rio que a sopra pura e clara,
Esvaindo
até as torres de Camelot:
O ceifador cansado sob a lua,
Empilha
maços em arejada altura
Ouvindo,
susurra “eis a fada
Senhora
de Shalott.”
Ali ela
tece de noite e dia
Uma tela
mágica com cores da alegria.
Ouvira
um sussurro que dizia,
Uma
maldição sobre ela cairia
Se
olhasse para Camelot.
Ela não
sabe o que a maldição pode ser,
Então
permanece a tecer,
E a
quase nada fica a temer,
A
Senhora de Shalott.
Movendo-se
pelo claro espelho
Diante
dela o ano inteiro,
Sombras
do mundo irrompem sorrateiros.
Ali ela
vê o caminho fronteiro
Contornando
até Camelot:
Ali o
redemoinho do rio turbilha,
E ali os
ríspidos rústicos da vila,
E
mercadoras com capa vermelha,
Passam
adiante Shalott.
Por vezes,
donzelas em recreio
Um abade
em caminhar pausado,
Por
vezes um jovem pastor de cabelo ondulado,
Ou, de
longos cabelos, um pajem em traje avermelhado,
Passam
em direção às torres de Camelot;
E
algumas vezes pelo azul espelho
Dois a
dois, cavalgam os cavaleiros:
Ela não
tem cavaleiro leal e verdadeiro
A
Senhora de Shalott.
Mas em
sua teia fica deleitada
Em
tecer, do espelho, as visões encantadas,
Pois
frequentemente pelas noites caladas
Uma
inumação, iluminada, ornamentada
E
cantilena, ia para Camelot;
Ou
quando a lua estava alta no céu,
Vinham
dois jovens amantes em lua de mel;
“Estou
meia cansada de sombras,” rangeu
A
Senhora de Shalott.
Do seu
quarto na torre, a distância de uma flechada,
Ele
cavalgou em meio aos campos de cevada,
O Sol
surgiu ofuscante por entre a ramada,
E
reluziu sobre a greva brozeada
Do ousado Senhor Lancelot.
Um
cavaleiro eternamente ajoelhado
Para uma
senhora em seu escudo,
Que
resplandecia no campo dourado
Ao lado
da remota Shalott.
As jóias
da rédea reluziam desimpedidas,
Como um
conjunto de estrelas miradas
Penduradas
na galáxia dourada.
Os sinos
da rédea alegremente cantava
Enquanto
ele cavalgava para Camelot:
De seu
adornado cinturão tombava
uma
poderosa corneta prateada,
e sua
armadura ressoava enquanto cavalgava,
Ao lado
da remota Shalott.
Tudo sob
o azul e ensolarado clima
Muitas
jóias brilhavam no couro da sela,
O elmo e
do elmo uma pena
Queimavam
juntas como uma única chama,
Enquanto
cavalgou para Camelot.
Amiúde
pela noite púrpura conduz,
Sob a esplêndida estrela que reluz,
Um
ousado meteoro, trilha um caminho de luz,
E atravessa
o céu da quieta Shalott.
Sua
fronte ampla e clara ao Sol brilhava;
Sob
cascos lustrosos seu cavalo de guerra trotava;
Por
debaixo de seu elmo escapava
Cachos
pretos como carvão enquanto cavalgava,
Enquanto
cavalgava até Camelot.
Partindo
da margem e do ribeiro
Seu
reflexo atravessou o cristalino espelho,
“Tira
Lira” à margem do ribeiro
Cantou o
Senhor Lancelot.
Ela
deixou o tear, ela deixou a tela,
Ela deu
três passos pela sala,
Ela viu,
da água, o lírio belo,
Ela viu
a pena e o elmo,
Ela
olhou para Camelot.
A tela
rompeu e para longe flutuou;
O
espelho de lado a lado rachou;
“A
maldição caiu sobre mim,” bradou
A
Senhora de Shalott.
Na
tempestade do vento leste árduo,
Desvanescia
o bosque amarelo-pálido,
Mas
margens, lamentava o amplo córrego,
Chovendo
penosamente do céu baixo
Sob as
torres de Camelot.
Ela
desceu e achou um barco
Que flutuava
sob um salgueiro,
E ao
redor da proa escreveu
A
Senhora de Shalott.
E abaixo
pela sombria extensão da corrente –
Como na
transe de um vidente,
Vendo
toda sua infortuna sorte –
Com um
fixo semblante
Ela
olhou para Camelot.
E quando
o dia se encerrou
Ela
soltou a corrente, e se deitou;
A larga
correnteza para longe a levou,
A Senhora
de Shalott.
Deitada,
com um vestido branco
que para
os lados voava solto –
as
folhas sobre si, caiam leves –
pela
noite que irrompia em vozes
Ela flutuou até Camelot:
enquanto
a proa do barco abria ao longo
das
colinas de salgueiros e campos,
Ouviram-na
cantando seu último canto,
A
Senhora de Shalott.
Ouviu-se
um hino, matinal, sagrado,
Cantado
alto, cantado baixo,
Até que seu sangue fosse congelado,
E seus
olhos completamente turvados,
Voltou-se
para as torres de Camelot;
Pois quando
a maré, ela atingiu
A
primeira casa à margem do rio,
Cantando
sua canção ela morreu,
A
Senhora de Shalott.
Sob
torres e varandas,
Junto a
muros e galerias,
Flutuou
diante sombras esplendorosas,
Pálida
como a morte por entre as elevadas casas,
Silenciosamente
adentrou Camelot.
Eles
vieram para a plataforma,
Cavaleiro
e burguês, lorde e dama,
E leram
seu nome ao redor proa,
A
Senhora de Shalott.
Quem é essa? e o que está aqui?
E dentro
do iluminado palácio ali
os sons
da alegria real falecem;
e por medo,
o sinal da cruz exercem
todos os
cavaleiros em Camelot:
Mas
Lancelot reflete um pouco;
Ele diz:
“Ela tem um adorável rosto;
Deus em
sua misericórdia deu-lhe encanto,
A
Senhora de Shalott.”
Tradução por Isabela Oliveira
0 comentários:
Postar um comentário