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sábado, 3 de dezembro de 2016

The Lady of Shalott, Tennyson

Unknown

The Lady of Shalott é um poema vitoriano escrito por Alfred Tennyson e inspirado nas lendas arthurianas. Narra a história de uma dama obrigada a ver o mundo através dos reflexos de um espelho e a viver em insciência da realidade.

A Senhora de Shalott
Parte 1
Estendem-se em cada margem do rio
Longos campos de cevada e centeio,
Que cobrem o ermo e unem-se ao céu;
E corre uma estrada pelo pastio
Em direção às torres de Camelot;
Para cima e para baixo pessoas andam,
Apreciando lírios que desabrocham
Lá embaixo numa ilha que revoltam,
A ilha de Shalott.

Salgueiros envelhecem, Álamos estremecem,
Leves brisas arrepiam e escurecem
Pelas correntes que não cessam
Junto as águas, a ilha cercam
Fluindo até Camelot.
Quatro cinzentos muros e torres,
Negligenciam um espaço de flores,
E a ilha silenciosa é cárcere
Da Senhora de Shalott.

Pela margem, de salgueiros velada
Passam pesadas barcas arrastadas
Por lentos cavalos; e depreciada
A chalupa de vela delicada
Segue seu percurso até Camelot.
Mas quem a viu acenar?
Ou parada no limiar?
Ou dela ouvira-se falar,
A senhora de Shalott?

Apenas ceifeiros, ceifando na madrugada
Por entre a selvagem plantação de cevada,
Escutam a música que ecoa aclamada
Irrompida do rio que a sopra pura e clara,
Esvaindo até as torres de Camelot:
O ceifador cansado sob a lua,
Empilha maços em arejada altura
Ouvindo, susurra “eis a fada
Senhora de Shalott.”

Ali ela tece de noite e dia
Uma tela mágica com cores da alegria.
Ouvira um sussurro que dizia,
Uma maldição sobre ela cairia
Se olhasse para Camelot.
Ela não sabe o que a maldição pode ser,
Então permanece a tecer,
E a quase nada fica a temer,
A Senhora de Shalott.

Movendo-se pelo claro espelho
Diante dela o ano inteiro,
Sombras do mundo irrompem sorrateiros.
Ali ela vê o caminho fronteiro
Contornando até Camelot:
Ali o redemoinho do rio turbilha,
E ali os ríspidos rústicos da vila,
E mercadoras com capa vermelha,
Passam adiante Shalott.

Por vezes, donzelas em recreio
Um abade em caminhar pausado,
Por vezes um jovem pastor de cabelo ondulado,
Ou, de longos cabelos, um pajem em traje avermelhado,
Passam em direção às torres de Camelot;
E algumas vezes pelo azul espelho
Dois a dois, cavalgam os cavaleiros:
Ela não tem cavaleiro leal e verdadeiro
A Senhora de Shalott.

Mas em sua teia fica deleitada
Em tecer, do espelho, as visões encantadas,
Pois frequentemente pelas noites caladas
Uma inumação, iluminada, ornamentada
E cantilena, ia para Camelot;
Ou quando a lua estava alta no céu,
Vinham dois jovens amantes em lua de mel;
“Estou meia cansada de sombras,” rangeu
A Senhora de Shalott.

Do seu quarto na torre, a distância de uma flechada,
Ele cavalgou em meio aos campos de cevada,
O Sol surgiu ofuscante por entre a ramada,
E reluziu sobre a greva brozeada
Do ousado Senhor Lancelot.
Um cavaleiro eternamente ajoelhado
Para uma senhora em seu escudo,
Que resplandecia no campo dourado
Ao lado da remota Shalott.

As jóias da rédea reluziam desimpedidas,
Como um conjunto de estrelas miradas
Penduradas na galáxia dourada.
Os sinos da rédea alegremente cantava
Enquanto ele cavalgava para Camelot:
De seu adornado cinturão tombava
uma poderosa corneta prateada,
e sua armadura ressoava enquanto cavalgava,
Ao lado da remota Shalott.

Tudo sob o azul e ensolarado clima
Muitas jóias brilhavam no couro da sela,
O elmo e do elmo uma pena
Queimavam juntas como uma única chama,
Enquanto cavalgou para Camelot.
Amiúde pela noite púrpura conduz,
Sob a esplêndida estrela que reluz,
Um ousado meteoro, trilha um caminho de luz,
E atravessa o céu da quieta Shalott.

Sua fronte ampla e clara ao Sol brilhava;
Sob cascos lustrosos seu cavalo de guerra trotava;
Por debaixo de seu elmo escapava
Cachos pretos como carvão enquanto cavalgava,
Enquanto cavalgava até Camelot.
Partindo da margem e do ribeiro
Seu reflexo atravessou o cristalino espelho,
“Tira Lira” à margem do ribeiro
Cantou o Senhor Lancelot.

Ela deixou o tear, ela deixou a tela,
Ela deu três passos pela sala,
Ela viu, da água, o lírio belo,
Ela viu a pena e o elmo,
Ela olhou para Camelot.
A tela rompeu e para longe flutuou;
O espelho de lado a lado rachou;
“A maldição caiu sobre mim,” bradou
A Senhora de Shalott.

Na tempestade do vento leste árduo,
Desvanescia o bosque amarelo-pálido,
Mas margens, lamentava o amplo córrego,
Chovendo penosamente do céu baixo
Sob as torres de Camelot.
Ela desceu e achou um barco
Que flutuava sob um salgueiro,
E ao redor da proa escreveu
A Senhora de Shalott.

E abaixo pela sombria extensão da corrente
Como na transe de um vidente,
Vendo toda sua infortuna sorte
Com um fixo semblante
Ela olhou para Camelot.
E quando o dia se encerrou
Ela soltou a corrente, e se deitou;
A larga correnteza para longe a levou,
A Senhora de Shalott.

Deitada, com um vestido branco
que para os lados voava solto
as folhas sobre si, caiam leves
pela noite que irrompia em vozes
            Ela flutuou até Camelot:
enquanto a proa do barco abria ao longo
das colinas de salgueiros e campos,
Ouviram-na cantando seu último canto,
A Senhora de Shalott.

Ouviu-se um hino, matinal, sagrado,
Cantado alto, cantado baixo,
Até que seu sangue fosse congelado,
E seus olhos completamente turvados,
Voltou-se para as torres de Camelot;
Pois quando a maré, ela atingiu
A primeira casa à margem do rio,
Cantando sua canção ela morreu,
A Senhora de Shalott.

Sob torres e varandas,
Junto a muros e galerias,
Flutuou diante sombras esplendorosas,
Pálida como a morte por entre as elevadas casas,
Silenciosamente adentrou Camelot.
Eles vieram para a plataforma,
Cavaleiro e burguês, lorde e dama,
E leram seu nome ao redor proa,
A Senhora de Shalott.

Quem é essa? e o que está aqui?
E dentro do iluminado palácio ali
os sons da alegria real falecem;
e por medo, o sinal da cruz exercem
todos os cavaleiros em Camelot:
Mas Lancelot reflete um pouco;
Ele diz: “Ela tem um adorável rosto;
Deus em sua misericórdia deu-lhe encanto,
A Senhora de Shalott.”
  
Tradução por Isabela Oliveira

Unknown / Perfil

Associação civil sem fins lucrativos formada por alunos do Instituto de Estudos da Linguagem, a Odisseia foi idealizada com o objetivo de preparar seus integrantes para o mercado de trabalho. Seus serviços oferecidos incluem coaching, revisão e análise crítica/parecer crítico; tópicos que estão, de certa forma, inseridos na criação dos cursos de Estudos Literários, Letras e Linguística. Além de oferecer esses serviços, a empresa busca estabelecer um vínculo maior entre os estudantes do Instituto de Estudos de Linguagem da UNICAMP (IEL) e o mercado editorial.

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